O mundo é dividido em dois tipos
de pessoas: as que amam café e as sem graça. Se você estiver no segundo grupo,
nunca vai entender o sentido, a graça ou nada desse texto. Até quem sabe um
dia. E se você odeia café, pode dizer: Manu, sem graça é você. Te amo mesmo assim. <3
À parte
minha paixão pelo pretinho – esse sim: amor verdadeiro, amor eterno – sempre
busquei, (in)conscientemente, alguém que amasse café tanto quanto eu.
Marcar
primeiro encontro em um café. O infalível combo museu/exposição + café. O nada
raro “vamos parar naquela padaria ali só pra tomar um cafezinho”, depois de
horas se acabando de dançar, já com os sapatos na mão.
Puro glamour às 6 da manhã, mas
se o cara topa esse tipo de furada, é meio caminho andado para um
relacionamento sem frescuras. Um bom sinal. Um sinal maravilhoso.
Fiz minha parte, e também estive
atenta aos sinais: o day after
deveria, inexoravelmente, envolver uma xícara de café. Sem isso, o
relacionamento estava fadado ao insucesso.
Quer ver?
Me oferece “um pão na chapa e nescau” logo cedo. Argh. É pra sair de fininho, o
último que apague a luz.
Minha regra
do amor é: as melhores pessoas são aquelas que já acordam ligando a cafeteira.
A ausência
do café era o prenúncio do fim. Era batata! Quando ~acreditava~ na relação
com um sem graça, ainda me esforçava pra inserir o hábito. Ai essas pessoas que tentam espremer uma relação... Sente o drama:
- Põe um pouquinho de leite.
- Já tentou com canela?
- Com o
tempo você acostuma...
Mas não,
gente. Acostuma nada. Ou gosta ou não gosta, quer ou não quer. Pra quê
insistir, quando a gente sabe que não vai rolar?
O café pode sair uma bosta. São tantas variáveis... pó velho, estresse, água clorada, cansaço... o que vale é a intenção. Gosto por gosto, ele desce quente, cálido, redondo. E beijo de café é bom demais, mas não pode ser via de mão única.
Parei de
insistir: pra ficar comigo, tem que me amar muito. Mais do que café, tem que aquecer alma, coração e ainda dar frio na barriga. <3